Guia para projetar Carrinhos Manuais – Parte 1
Carrinhos manuais estão por todas as partes. Em supermercados, aeroportos, indústrias e muitos outros lugares. Eles diferem em tamanho, design e uma série de detalhes perceptíveis a olho nu. No entanto, são suas especificações de projeto e produção que de fato determinam sua qualidade e adaptam o carrinho ao uso que será dado a ele.
Porém, o que devemos levar em conta na hora de produzir um carrinho? O primeiro entendimento é que todo carrinho manual é, na verdade, um sistema que envolve dois componentes: o próprio carrinho e seu operador.
Dessa forma, não podemos descuidar de tal situação. Um carrinho não pode ser projetado apenas para a carga que levará, mas, principalmente, precisa ser produzido com a pessoa que vai operá-lo em mente.
Assim, um dos princípios que regem a produção de carrinhos manuais é a ergonomia. A prioridade ao projetar um carrinho é prover o máximo de conforto e segurança para quem vai mover e utilizar o objeto.
Para isso, o processo de produção deve envolver um checklist de perguntas que precisam ser respondidas antes de definir todos os detalhes técnicos que vão compor a peça. Além de determinar as especificações do carrinho, essa lista de questões tem por objetivo prolongar a vida útil da peça e garantir sua aplicação para o uso final pretendido pelo cliente.
A primeira consideração a ser feita ao projetar o carrinho é quanto à capacidade de carga. O peso pretendido deverá incluir a soma do peso do carrinho mais o da carga. Dessa maneira, a Schioppa pode calcular o peso que será aplicado sobre cada roda, definindo, por consequência, qual tipo de roda deve ser utilizado.
Esse passo também é fundamental, pois, dentro da lógica do objeto como um sistema carrinho-operador, indica a força que o operador precisará fazer para tirar o carrinho da inércia e manobrá-lo.
Por isso, todo projeto da Schioppa é feito considerando-se a carga máxima suportada. Esse valor deverá ser indicado em etiqueta colada ao carrinho para melhor informar o operador e permitir, nos casos de mais de um modelo à disposição, que ele decida qual utilizar para cada tipo de uso.
Outras duas perguntas muito importantes que devemos responder para criar um carrinho dizem respeito à frequência de uso e a distância percorrida pelo objeto. Mais uma vez, essas questões são essenciais para o carrinho, ao informar qual a necessidade de vida útil do instrumento, e também ao operador.
Conhecer frequências e distâncias formam, junto à carga máxima, a base para o cálculo da força que deverá ser empreendida pelo operador para conduzir o carrinho. Altas frequências e distâncias exigem carrinhos de operação mais fácil, reduzindo a força empregada no momento de sua operação.
Com isso, pode-se aumentar a produtividade do operador, ao elevar a quantidade de viagens realizadas durante a jornada de trabalho, e prevenir lesões por esforço repetitivo e acidentes de trabalho.
O mesmo entendimento do carrinho como sistema também deve ser aplicado aos fatores externos ao carrinho, como a sua utilização em ambientes externos ou mediante condições extremas. Esses detalhes serão abordados no próximo texto desta série.