Guia para projetar Carrinhos Manuais – Parte 2
Como vimos no texto anterior, o processo de produção de carrinhos manuais envolve um checklist com perguntas que devem ser respondidas para definição das especificidades dos artigos e garantia da qualidade dos modelos.
Já tratamos sobre as questões que avaliam a carga máxima suportada pelo carrinho, sua frequência de uso e a distância percorrida durante sua operação. Esses podem ser considerados os fatores internos do carrinho, isto é, aqueles que dizem respeito apenas à sua estrutura e condição.
Nesse artigo, vamos apresentar mais alguns detalhes que precisam ser analisados pelos projetistas para a criação do carrinho mais adequado às necessidades dos clientes. São os fatores externos da produção, ou seja, aqueles que avaliam o ambiente em que o carrinho será utilizado.
Em primeiro lugar, é preciso saber se o carrinho será empregado em ambientes extremos. Por exemplo, carrinhos expostos a temperaturas extremas ou que são lavados frequentemente provavelmente necessitarão receber rolamentos blindados.
Por sua vez, se a roda entrar constantemente em contato com detritos pode interferir na habilidade do rodízio de rodar livremente. Além disso, esses detritos podem ser levados a outras áreas da empresa e afetar carrinhos utilizados apenas em ambientes internos e, portanto, alterando também os requisitos de produção desses artigos.
Selecionar materiais de roda que são feitos para repelir detritos pode minimizar esse tipo de problema. A instalação de guarda corpo no carrinho também pode ser uma alternativa eficaz para diminuir as ocorrências do problema.
Nesse mesmo sentido, a Schioppa também avalia junto aos seus clientes por quais tipos de superfície o carrinho irá passar. Superfícies duras, soleiras, fios ou detritos agem como obstáculos para movimentar o carrinho. Essas obstruções aumentam a quantidade de força necessária para empurrar ou puxar os carrinhos.
Mover o carrinho em superfícies inclinadas também afeta a quantidade de força requerida. Tal quadro é aplicável tanto para empurrar os carrinhos na subida ou deslizá-los durante as descidas. Em ambos os casos, uma força extra será necessária para mover a peça, seja para retirar o carrinho da inércia em subidas, seja a força de freio necessária para prevenir os riscos de uma descida desenfreada.
O principal fator a ser analisado quando tratamos dessas situações é aferir se o aumento de força excede o nível de força que é considerado seguro. Além disso, a aplicação de mais força e o uso do carrinho em superfícies não planas é capaz de reduzir a eficiência operacional do objeto.
A compreensão sobre os fatores internos e externos terão como objetivo final a definição sobre a vida útil do carrinho. Carrinhos utilizados frequentemente para longas distâncias com altas cargas, por exemplo, podem apresentar estresse maior sobre seus componentes que aqueles utilizados em menor grau, com superfícies planas e cargas leves.
Esses detalhes afetarão o calendário de manutenção do carrinho. Assim, a expectativa de vida deve ser incluída no orçamento inicial do projeto do carrinho. Quanto maior a frequência necessária de manutenções, maior será o custo do carrinho.
No próximo artigo, vamos tratar sobre como calculamos a força necessária para mover um carrinho e como fazemos para permitir que o maior número de pessoas seja capaz de operá-lo.